Holter 24 horas
O Holter é fundamental para avaliar as variações do ritmo e da frequência cardíaca que ocorrem ao longo das 24 horas, denominadas “variações circadianas espontâneas”. São aqueles sintomas que aparecem e desaparecem de forma inesperada.
Com a utilização de um pequeno aparelho gravador portátil, registra-se de forma contínua a atividade elétrica do coração, por meio do registro do eletrocardiograma.
>> Como é feito
Quatro eletrodos de contato são aderidos ao tórax do paciente e conectados ao gravador por meio de cabos, e o monitor é afixado à cintura do paciente. O período de gravação costuma ser de 24 horas, mas, muitas vezes, pode ser estendido para até 7 dias, tornando-se útil para observar arritmias ocasionais que com o curto tempo de registro do eletrocardiograma não são observadas.
>> Indicações
Desmaios, palpitações, tonturas, suspeitas de fibrilação atrial, controle após uso de medicações que afetem o sistema elétrico cardíaco, entre outras.
Não há contraindicação para o exame, porém lesões na pele do tórax ou alergias podem dificultar o procedimento devido à necessidade de permanecer 24 horas com os eletrodos na região torácica.
Infarto. Emergência. Hospital. Internação. Cirurgia. Recuperação. Alta.
Opa, peraí que tá faltando uma fase importante nesse roteiro de quem ganha a chance de ter uma vida nova: a Reabilitação Cardíaca.
A reabilitação visa trabalhar com o paciente, já no leito hospitalar, durante a internação, um conjunto de atividades motoras e respiratórias supervisionadas pelo cardiologista, a fim de melhorar a performance cardiorrespiratória do paciente e prevenir problemas futuros.
Um acompanhamento que continua depois que o paciente recebe alta e vai para casa, com novos exercícios físicos – sempre, é claro, guiada conforme a prescrição do médico cardiologista.
Quem entra pra Reabilitação Cardíaca?
Pessoas que sofreram infarto, possuem arritmia ou problemas em uma das válvulas do coração. Abrange também aqueles que passaram por cirurgia cardíaca, implantação de stent ou angioplastia coronariana, por exemplo, ou, ainda, pacientes com insuficiência cardíaca ou de transplantes de coração ou de pulmão.
Para além das cirurgias e dos remédios que salvam vidas, a reabilitação apresenta-se como a segunda parte de um tratamento que ajuda a prolongar vidas. Ou seja, a melhorar a qualidade e o bem-estar do dia a dia do paciente.
Equipe pronta para reabilitar
Por isso, seja no hospital, numa clínica ou numa academia, a reabilitação precisa ser realizada por profissionais capacitados - fisioterapeuta, nutricionista, psicólogo, enfermagem, assistente social, educador físico e até o médico psiquiatra, ajustada periodicamente pelo médico cardiologista conforme a evolução clínica e funcional do paciente.
E em cada uma dessas fases, traça uma estratégia com tipo de exercício, o tempo e a intensidade com que deve ser feito, a frequência e os alertas eventuais sobre sintomas e efeitos adversos.
Tudo isso alinhado a adoção de hábitos alimentares saudáveis, com o uso correto das medicações, com testes e o trabalho educativo para prevenção de estresse, do tabagismo e da depressão, além do aconselhamento e do engajamento da família.
Traduzindo: significa torná-lo consciente e orientá-lo sobre como voltar, por exemplo, a praticar esportes, a retomar sua atividade sexual, seus hobbies, seu trabalho, enfim, ao seu convívio familiar e com seus grupos sociais.
Os números provam:
A partir de estudos que investigaram a vida de pacientes após terem sofrido um Infarto Agudo do Miocárdio, pesquisadores confrontaram os desfechos clínicos entre os sedentários e aqueles que realizaram atividade física regularmente após o incidente.
Os resultados são surpreendentes:
♥️ 20% de redução no quadro de mortalidade total
♥️ 22% a menos, no índice de mortalidade cardiovascular
♥️ 25% de redução no número de pessoas com Infarto fatal
Fonte: Diretriz Sul-Americana de Prevenção e Reabilitação Cardiovascular (2014)